quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

irmã do pai

Sou filha do padre. Com a freira. Não é licença poética, meu pai era seminarista quando conheceu minha mãe num 'encontro carismático' no convento. Casaram, nasci. Há relatos que apontam para que, na verdade, eu seja a irmã gêmea do meu pai. Certa vez, aos 3 anos de idade, disse para minha tia, à noite: "eu sou Mônica". Mônica era o nome da irmã gêmea do meu pai que morreu quando recém nascida. REDESPIRITUAIS
Outra vez, aos cinco anos, perguntei à minha mãe: "antes da gente nascer, a gente fica onde?". Ela respondeu que ficava com Papai do céu.
Aí fico realmente viajando - como diz Carlinha - que se eu fosse irmã do meu pai, na verdade minhas tias seriam minhas irmãs, minha avó seria minha mãe, minha prima criança seria minha sobrinha. E sabe o que é mais viajado? É que tudo isso parece que é verdade. Eu e meu pai somos parecidos - até demais saco. Relação de 'comadre' com as tias. Relação de tia com a prima de 4 anos. Minha avó sempre pergunta "como pode uma avó amar tanto uma neta assim?"
E eu ainda me pergunto, qual o nosso lugar antes de existir? inconsciência?
Isso implicaria dizer que estamos/somos conscientes. Somos?
De onde viemos e pra onde vamos?
Onde estamos? Temos consciência das circunstâncias que nos levam para lá e para cá, dali para acolá?
Começamos a observar um sistema que parece invisível, mas está ali: A Rede. Rede de amigos, familiares, colegas, paixões, inimigos, de empresas, colecionadores, vendedores, de museus, educadores, artistas, galerias, companhias, cientistas, academias, rede de emissoras, rede de pesca, de cabelo, de dormir, rede de computadores, na Rede.
A quantas pessoas, lugares e possibilidades você está conectado? Os tracejos da sua rede te põem em que lugar? Como você atua nesse espaço e interage com o espaço do outro?
Mover-se entre os espaços. Criar e ativar o próprio espaço, modificar a experiência do outro, dos outros, de si.

Paula Frassinetti

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